E Estellla vem no mundo da imaginação. Ela toda ela húmida, contorce-se por não ter descanso do seu próprio prazer. _ai. Enrolo um cigarro, acendo-o, e estendo-me em cima da cama com um casaco a tapar-me as pernas. Estou surpreendida por me sentir tão triste e cansada. está muito escuro já, e nem sei ao certo se o cigarro esta acesso. Passa um eléctrico. Clarão vermelho no tecto. Depois um carro pesado faz tremer a casa. Devem ser já seis horas. Sempre vivi cercado das minhas histórias e das dos outros. Do ar que todos respiram...
Pressionar alguém para que deixe de fumar ou beber é simplesmente sugerir-lhe que troque a sua forma de morrer por outra ainda menos eficaz.
Acendo o candeeiro que esta por cima da mesa, talvez a luz possa sobrepor-se a noite. Apago-o, levanto-me. Na parede há um buraco branco., o espelho. É uma ratoeira. Sei que vou lá cair. Já esta. Uma coisa cinzenta acaba de surgir no espelho. Aproximo-o e olho para ela. Já não posso desviar-me. É o reflexo da minha cara. Muitas vezes neste dias perdidos, fico a contemplá-la. Não percebo nada desta cara. A dos outros tem sentido. A minha não. Nem posso decidir se é bonita ou feia. Acho que é bonita porque mo disserem. Mas não é propriedade que me solte a vista. O meu olhar desce lentamente, com enfado, por esta testa, por esta face, não encontra nada firme, afoga-se. Aquilo são uns olhos, aquilo é um nariz, aquilo é uma boca, mas nada disso tem sentido. Porém ela acha que tenho um ar de vivacidade, de vida. Logo eu? Devo estar habituado demais a minha cara.
Onde trabalho, o sitio onde mais gosto de estar é nos bastidores. Lá longe onde ninguém vai e ninguém fica. Ao pé daquelas maquinas todas, o chão de cimento manchado e as paredes apenas caiadas. Ali longe das pessoas, longe dos erros e enganos, longe das palavras. Os contadores a piscarem sempre ao mesmo ritmo, eu já sei de cor a sequência de luzes verdes e vermelhas, sempre a girar. O meu sítio especial é em frente á máquina SLQ
Ainda não decidi se vou comprar um cão ao ter um filho. Parece-me difícil escolher entre arruinar o tapete da sala ao a minha vida.
Se o homem consegue governar o mundo, porquê que temos de usar gravata? É inteligência começar o dia apertando um nó a volta do pescoço?
Que não, que no dia seguinte não vinha, que era desta que voltava a casa e ao menos uns dias me libertava da tua ausência, amanhã não, amanhã volto para casa, esta um mês de novembro como há vinte anos não chovia e logo agora é que eu me tinha de lembrar, era pouco mais ao menos isto, as vezes em Lisboa não chove mais do que cinco minutos, mas mesmo muito, e tanto que dá paragem do eléctrico. É impossível chover mais do que isso nos vinte minutos que me separam da tua casa, e é assim que me lembro disto, assim e nas noites em que não durmo, e quando a cidade inteira lá em baixo não me responde, como tu que não me respondes, como nunca ninguém me conseguiu responder. Como hoje.
Não, não era isso... não percebeste, pois não?!? É demasiada a distancia que nos separa do passado, do que terei dito do que terei ou não sido, demasiada a distancia que me separa de casa e é natural que não acredites em nada disto porque sabes tão bem quanto eu que a minha aldeia era demasiada pequena para suportar tudo isto, tu não tens a culpa, sorry so sorry, tão pequena que não sei mesmo se existe ou se as ultimas velhas se enterraram num derradeiro festim de velas e das contas de um terço que se reza entre os dedos,. Que mesquinho que eu me tornei! Oh, perdoa-me tudo isto...
Estranho estas paredes, o silêncio que me percorre nas escadas que subo até ao terceiro andar, e depois Lisboa, afinal a minha casa, a cidade inteira lá em baixo, volto passados que são... (quanto tempo se passou?), não no dia seguinte, não sem que antes me tenha lembrado de tudo isto que não te conto (como?), sem que tenha deixado de perceber o passar dos tempos, não existe segredo, não existe nada, que merda.
Vinte anos deste mês de novembro, como há quanto tempo não chove, a cidade como ressuscita debaixo de mim. Eu com ela, não havia ninguém, ninguém a quem escrever. Ninguém que me explicasse porque é que as pessoas morrem e porquê o silêncio em que se erguem os meus fantasmas, ninguém a quem dizer a minha culpa, admito, perdi, venceste. Não tive culpa
É isto que me acontece muitas vezes, finalmente tenho um nome para a minha degenerescência.
(a definição aqui)
Eu sou um ser corajoso, mas se existe coisa que me assusta são freiras, aranhas e velociraptor. Os dois últimos por causa do Spielberg, (Jurassic Park e Aracnofobia). Do primeiro… não faço ideia.
Eu pessoalmente.. acho uma falta incrível de bom senso pôr um filho no mundo. não percebo. Quem no seu perfeito juízo se lembre de chamar mais um ser para este rochedo
Que não, que no dia seguinte não vinha, que era desta que voltava a casa e ao menos uns dias me libertava da tua ausência, amanhã não, amanhã volto para casa, esta um mês de novembro como há vinte anos não chovia e logo agora é que eu me tinha de lembrar, era pouco mais ao menos isto, as vezes em Lisboa não chove mais do que cinco minutos, mas mesmo muito, e tanto que dá paragem do eléctrico. É impossível chover mais do que isso nos vinte minutos que me separam da tua casa, e é assim que me lembro disto, assim e nas noites em que não durmo, e quando a cidade inteira lá em baixo não me responde, como tu que não me respondes, como nunca ninguém me conseguiu responder. Como hoje.
Não, não era isso... não percebeste, pois não?!? É demasiada a distancia que nos separa do passado, do que terei dito do que terei ou não sido, demasiada a distancia que me separa de casa e é natural que não acredites em nada disto porque sabes tão bem quanto eu que a minha aldeia era demasiada pequena para suportar tudo isto, tu não tens a culpa, sorry so sorry, tão pequena que não sei mesmo se existe ou se as ultimas velhas se enterraram num derradeiro festim de velas e das contas de um terço que se reza entre os dedos,. Que mesquinho que eu me tornei! Oh, perdoa-me tudo isto...
Estranho estas paredes, o silêncio que me percorre nas escadas que subo até ao terceiro andar, e depois Lisboa, afinal a minha casa, a cidade inteira lá em baixo, volto passados que são... (quanto tempo se passou?), não no dia seguinte, não sem que antes me tenha lembrado de tudo isto que não te conto (como?), sem que tenha deixado de perceber o passar dos tempos, não existe segredo, não existe nada, que merda.
Vinte anos deste mês de novembro, como há quanto tempo não chove, a cidade como ressuscita debaixo de mim. Eu com ela, não havia ninguém, ninguém a quem escrever. Ninguém que me explicasse porque é que as pessoas morrem e porquê o silêncio em que se erguem os meus fantasmas, ninguém a quem dizer a minha culpa, admito, perdi, venceste. Não tive culpa